terça-feira, 1 de março de 2011

PROJETO MATERNIDADE CONSCIENTE


Este trabalho se desenvolverá em 14 encontros ao longo do ano, onde as mulheres gestantes poderão partilhar suas dúvidas, medos, alegrias, tecendo sua vida, seus sonhos num círculo acolhedor, no qual todas estão vivendo as mesmas experiências de gestar uma nova vida! Venha conhecer este grupo, é uma ótima oportunidade de você entrar em contato consigo mesma e buscar seu empoderamento pessoal para uma gestação e parto mais amorosos e felizes.

Serão 14 encontros ao longo do ano com valor de R$ 15,00 e terão duração de 2 horas. Não perca essa oportunidade! Vale a pena conferir. Os encontros acontecem em Porto Alegre -RS.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Mandalas

Amy Swagman, doula and fine artist in Denver, CO - USA
Depois de muito tempo sem nada postar, estou aqui novamente. Escrevo para divulgar um trabalho maravilhoso de uma doula dos EUA, Amy Swagman. Ela é artista plástica e seu trabalho é extremamente inspirador! Ainda não tinha visto algo tão belo e delicado. Suas mandalas sobre as mulheres nesse período de gestação, parto e cuidado são simplesmente lindas, únicas. A paz invade nosso ser, ao olhar seus desenhos e pinturas. 
Amy começou a pintar mandalas na época em que esperava sua terceira filha. Durante o último trimestre da gestação, pintou muitas mandalas como forma de meditação e focalização daquilo que desejava para o seu parto. Assim, conseguiu ter um lindo parto em paz, na sua casa, como sonhava. Realmente, a gestação é um momento de profunda criação. Ficamos grávidas não só de uma criança, mas de idéias, sonhos, emoções, paixões. Se prestarmos atenção, esse pode ser um momento muito criativo. Lembro-me, agora, de amiga gestante que acompanhei. Durante toda sua gravidez, ela teve muita vontade de criar. Sua arte transbordava e ela pintou para o seu filho. Espero que mais e mais mulheres possam se reconectar com sua capacidade de criar, de gestar e deixar vir essa arte que traz paz para esse mundo.
Amy é uma dessas mulheres que nos inspira e colobora para um mundo em paz. Esse é o link para o seu site:  The Mandala Journey.
Espero que gostem!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Relato sobre aleitamento materno

Divulgo aqui o relato de Luísa, uma mãe que quer partilhar sua história de amamentação com todas as mulheres desejosas de proporcionar essa forma de nutrição a seus filhos e que passam por dificuldades. É um relato muito sensível e verdadeiro, o qual serve de guia e de estimulo para todas e todos nós, mães e pais.
Abaixo o relato, e ao fim dele, o contato de Luísa, caso alguém queira falar com ela pessoalmente.
"Sempre achei o ato de amamentar o que existe de mais belo no mundo. Isto deveria ser algo totalmente instintivo, que flui naturalmente como acontece com os animais, mas nos seres humanos é bem mais difícil.
Apesar de já algum tempo trabalhar em hospitais, ter participado de treinamentos, seminários e curso de Aleitamento Materno, estando bem informada de todas as teorias possíveis, cheguei a pensar em desistir e passei a entender todas as mulheres da face da terra que não amamentaram seus bebês.
Após o parto coloquei minha filha no peito para mamar, aparentemente ela pegou bem e mamava bastante, tinha confirmação pela troca de fraldas. Por volta do 5º dia reparei que os bicos dos seios estavam com as pontas tortas, e em um deles parecia ter criado uma pequena nata em cima, depois criou no outro seio também. Eram as famosas fissuras que iniciaram com uma pequena casca de ferida que secava com o leite e aumentava a cada mamada. Quando a primeira caiu iniciou-se o grande pesadelo. Pela teoria é só ordenhar e dar o leite ao bebê, mas no início os peitos estão extremamente sensíveis e doloridos, até água do chuveiro dói.
 Logo que a mamada iniciava, doía muito (pois a pele do mamilo ainda não está acostumada), mas depois sua boquinha quente amortecia um pouco a dor. Enquanto ela mamava num peito, a casca do outro se formava e na troca do peito, toda vez que ela iniciava a mamada, sangrava. Era horrível ver sua boquinha suja de sangue, junto, eu sentia muita dor. Quando ela não estava mamando, a dor no peito era uma dor de queimadura.
Eu chorava muito, o tempo todo, apesar do grande sofrimento, eu sentia muito, muito amor e vontade de alimentar minha filha. Quando ela acordava e chorava de fome, eu chorava de medo de sentir dor novamente. Com todo este pânico e estresse, dia e noite, acho que fiquei em depressão e não conseguia esgotar mais do que 15 ml. Pedi ajuda a várias pessoas. Disseram que a pega estava incorreta. Mas como fazer ficar melhor? Ela abocanhava todo o mamilo, isto eu tinha certeza, mas não fazia muito a boquinha de peixinho, até porque as cascas das feridas eram grandes e sua boca pequena. Eu esperava ela abrir bem a boca chorando para enfiar todo o peito possível. Era o máximo que ela conseguia abocanhar. Tentei usar aqueles bicos de silicone, mas também sangrou com a sucção e não fixou no peito. As conchas são boas para os bicos dos peitos não encostarem na roupa, e o leite que cai dentro delas pode ser usado. Além disso, passava óleo TCM e fazia banhos de luz, isto aliviava a sensibilidade.
Chegou um dia em que não agüentei mais tanto sofrimento e resolvi ficar um dia inteiro sem dar um dos peitos, para cicatrizar melhor. Ela mamava em somente um e o outro eu esgotava. Como era pouco o que eu esgotava, misturei com água de arroz e dei de colherinha. Foi aí que piorei as coisas. Quando voltei a oferecer o peito ela “desaprendeu” a mamar, fazia biquinho com a boca para chupar como aprendeu com a colherinha. Eu a fazia abocanhar todo o peito, mas, em três ou quatro sugadas, escorregava para o bico do seio. Eu tirava e tentava novamente, e assim, ficava o tempo todo, tentando fazer ela mamar corretamente. Havia momentos em que ela fazia movimentos com a cabeça, como se estivesse mamando e logo após dormia por horas, então eu pensava que ela havia mamado bem.
Perdi a noção de tempo. Minha vida era somente isto. Mal dava para comer ou ir ao banheiro. Acho que, entre uma sexta-feira e a quarta-feira seguinte, ela deve ter perdido uns 700 gramas. O momento mais triste e angustiante foi, ao dar banho, ver nosso bebê magro demais. Era inverno, ela estava sempre cheia de roupas e dávamos banho 2 ou 3 vezes por semana. Eu e meu esposo choramos muito, e naquela noite começamos a dar NAN no copinho, sob orientação. No dia seguinte iniciamos NAN de 3/3 horas e quase não havia mais espaço para as mamadas. Sentia um vazio, uma angústia e não aceitava aquela situação, me sentia com isto uma pessoa incapaz, mas a saúde de nossa filha estava em jogo. Lembrei de todas as vezes que condenei em pensamento as mães que não amamentavam seus bebês no peito.
Naquela semana a pesamos dia sim, dia não, no posto de saúde, com a enfermeira que nos acompanha desde o pré-natal. A cada pesagem ela ganhou em média 140g. Até ela ganhar o peso ideal, talvez tenham se passado duas semanas. Quando ela alcançou o peso do nascimento mais o peso que deveria ter ganhado, de acordo com o que cresceu em altura, comecei a espaçar os horários do NAN para 4/4hs e intensifiquei as mamadas no peito. Ela começou a sugar mais forte e quando estava mamando bem, até pulava horário do NAN. Algumas vezes ela mesma não aceitava NAN, preferia o peito. Alguns dias depois ela tomava NAN somente uma vez à noite e houve um dia que meus peitos estavam cheios neste horário do NAN, então, apartir deste dia, ela já estava com quase dois meses, reiniciei amamentação exclusiva. Na semana seguinte, ela ganhou pouco peso, cerca de 20g por dia (a média que um bebê deve ganhar é 30g/dia). Realmente havia momentos do dia que não sentia os peitos cheios, me sentia muito insegura, mas me concentrei em acreditar que era possível, era só ter paciência e muita calma, e esperar meu corpo reagir. Então, uma semana após, ela ganhou nada menos que 500g, em média 81g/dia. VITÓRIA! Conseguimos! Ela ganhou mais peso só mamando no peito do que quando fizemos dieta de engorda com NAN. Eu e meu esposo estamos muito felizes e estou realizando o meu grande sonho de aleitamento exclusivo. Agora ela está super bem, é uma bebê querida, tranqüila, que tem um lindo sorriso e aprende tudo rápido a cada dia.
Sinto-me muito grata às duas enfermeiras e a nutricionista (http://amamenta.com) que me apoiaram e ajudaram muito, especialmente à enfermeira do posto de saúde que me encorajou e me lembrou sempre que eu estava a caminho, próximo de realizar meu sonho e não podia desistir. Ah! E claro, já havia esquecido de agradecer eternamente meu esposo por ter cuidado de mim quando mais precisei e de ser desde o início um excelente pai.
Gostaria muito de com este relato ajudar a tantas mães que passam por este problema, e que pelo visto, a maioria acaba desistindo, principalmente por falta de conhecimento e apoio da família. Pretendo no futuro trabalhar ajudando muitas mães e bebês neste processo delicado de início da vida, pois acho que é o mais importante para termos um futuro melhor".

Luísa Batista Diederichs
Técnica de Nutrição CRN2 – 020T
Acadêmica de Nutrição da Unisinos
                dluisa@ghc.com.br
                celular: 93342514

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Maternidade Consciente

Gisele Bündchen
Acredito que há exemplos de pessoas que devem ser mostrados, amplamente divulgados, porque seguem direções diferentes, nos mostram outros caminhos possíveis, outras ideias, nos fazem pensar e perceber que há outras escolhas além das que nos são comumente vendidas. A modelo Gisele Bündchen tem  nos mostrado outra forma de estar no mundo e agora de ser mãe. Ao que parece, procura entender a maternidade de modo consciente, percebendo a responsabilidade que se tem na criação e formação de um ser humano. Como coloca Michel Odent, se quisermos mudar o mundo, há que se mudar a forma como nascemos." E também como encaramos a maternidade e a criação dos filhos, percebendo que são seres humanos e merecem respeito na sua inteireza.  
Trago agora a notícia da Revista Veja:
Gisele Bündchen pouco se pronuncia. Quando o faz, é para levantar bandeiras de causas, na maioria das vezes, ecológicas. Aos 30 anos, mãe de Benjamin Rein, de sete meses, sua última declaração é sobre alimentação infantil. À revista Harper's Bazaar britânica ela disse que deveria existir uma lei obrigando a amamentação nos primeiros meses da criança.
"Algumas pessoas aqui (nos EUA) pensam que não precisam amamentar. E eu penso: 'Você vai dar comída indutrializada para o seu filho ainda tão pequeno?'. Deveria existir uma lei mundial, na minha opinião, obrigando as mães a amamentarem seus bebês por seis meses", é a frase da modelo brasileira, a mais bem paga do mundo.
Seus comentários surgiram depois que a estrela de TV Denise Van Outen disse que desistiu de amamentar antes de sua filha completar um mês porque não queria ser flagrada por papparazzi. "Eu deveria ter insistido mais do que 3 semanas, mas não posso ficar sentada no Starbucks dando de mamar, porque os fotógrafos estão tirando fotos", disse ela.
Na linha contrária, Gisele revelou que ficou em meditação nas oito horas de duração de seu parto natural, feito em casa, e que pensa que a amamentação a ajudou a manter sua boa forma - seis meses depois, ela já fotografava para uma marca de biquínis.  "A meditação me preparou mental e fisicamente para o parto. O nome é 'trabalho' de parto e não 'férias' por alguma razão, e eu sabia disso. Você vai querer encarar a mais intensa experiência física da sua vida despreparada? Para mim, não faz nenhum sentido. Então eu fiquei pronta e pensei, ok, vamos trabalhar. Não fiquei esperando alguém para tirar o bebê de dentro de mim".
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/se-dependesse-de-gisele-bundchen-amamentar-seria-obrigatorio-por-lei

sábado, 24 de julho de 2010

Parto e o contato com o poder feminino

Há uma mês tive a oportunidade de asssitir um parto em casa. Foi uma experiência única. Estou, agora, tentando descrever o indescritível. A parteira me telefona, dizendo que a gestante está em trabalho de parto. Chego à sua casa e sinto uma paz e um profundo acolhimento. Chego em silêncio ao lugar sagrado do parto. E vejo a mãe, uma grande mãe, muito empoderada e totalmente recolhida em seu mundo interno. Parecia meditar. A cada contração, a volta para dentro de si mesma, a busca de forças em seu mundo interno e era mágico acompanhar aquele momento. Sentia ali o poder do feminino e era como se aquele poder me empoderasse também e sentia a força de ser mulher e o poder que é dar à luz. O silêncio se fazia presente e só era possível ouvir o som de uma música meditativa que tocava ao fundo. 
Impressionante. Essa era a palavra que definia bem meu estado diante daquela mulher. Ela sorri para mim, me chama para dentro do quarto e me acolhe. Eu entro sem jeito, pedindo licença, sem querer atrapalhar. Vejo também seu companheiro. Um homem que dá sustentação àquele processo. Parceria. A união, a lua nova, o encontro do sol e da lua e o nascimento de uma nova família.
Toda a família participava com alegria daquele momento, auxiliando de diferentes modos. Senti-me em casa. Senti como se estivesse voltando para casa, para um lugar há muito tempo conhecido. Um lugar onde não havia medo, mas sim entrega e confiança. Essas palavras ecoavam em minha mente. O trabalho de parto se estendeu pela manhã e fomos almoçar. Um almoço preparado pela mãe da mãe, uma geração de mulheres se apoiando, exercitando a confiança e desafiando um mundo que diz que parto em casa não é mais possível. A mesa estava alegre, especialmente com a presença da primogenita daquela mãe que estava para parir mais uma linda menina.  A criança tem dois anos e meio, é muito amada e esperta. Entre nós duas houve um encantamento à primeira vista. Durante o almoço, o pai desce correndo as escadas e chama a parteira: "está na hora". A parteira sai correndo, o médico também. Eu vou aos poucos. E chego ao lugar. Lá está a mãe. Fico admirada diante dela, diante de seu poder. Entro em outro está de espírito. Aquele momento único contagia a todos capazes de sentir, de perceber o que está ocorrendo ali. O nascimento de um novo ser. Uma mulher dando à luz. E certamente, naquele momento lindos raios de sol deviam estar saindo daquele útero em direção à terra. Intensidade. Um intenso sentimento de plenitude tomava conta de mim. E agradeci por ser mulher e por poder presenciar aquela hora.
A parturiente sente que cada vez mais é chegada a hora e vai nascendo junto com sua filha. Há uma força que vem de dentro da mãe e toma conta de todo o ambiente. Também me sinto forte. Vocalizações. Tenho vontade de vocalizar junto com ela. E sinto como se muitas e muitas gerações de mulheres estivessem ali juntas parindo e auxiliando aquela mulher e seu bebê a nascerem. Sinto-me plena. E a nova menina nasce! Chega a menina nascida das águas, de um parto na água em casa! Uma alegria toma conta do meu ser, bem-vinda a nova menina! 

domingo, 20 de junho de 2010

III Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento

Em novembro haverá uma Conferência em Brasília imperdível para quem se interessa por parto humanizado. Ela terá a presença do obstetra Michel Odent, médico francês que introduziu no Hospital Estadual Pithiviers da França o conceito de quartos de parto semelhantes aos de casa e piscina de parto. Além de ter diversos livros publicados sobre esse tema, como "A cesariana", "Água e sexualidade", "O renascimento do parto", entre outros. Também contaremos com a presença da antropóloga norte-americana
Robbie Davis-Floyd, autora de diversos livros que falam sobre como o parto se transformou no que é hoje. Infelizmente, ainda não temos livros publicados em português, mas há um livro em espanhol chamado "Del médico al sanador" que faz um panorama geral desse processo de mudança dentro da medicina na concepção do parto e adoção de um sistema tecnocrático ao lidar com ele.
Será um ótimo momento para discutirmos essas questões e sonharmos outras formas de nascimento aqui no Brasil, possibilitando outras opções para as mulheres, além das tradicionais. Reconhecendo a importância desse momento na vida da mulher e do bebê e promovendo a humanização da saúde. Em breve mais notícias!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Relato de parto

Um dia, a Paula, amiga que focaliza junto comigo o Clã das Nove Luas, nos enviou o endereço de um blog, no qual havia um relato de parto. Fui ler.  Percebi que a descrição era linda e clara ao mesmo tempo, porque é exatamente do modo como ela descreve que o trabalho de parto acontece. E pensei em transcrevê-la aqui. Mas o site é tão rico, que  é necessário olhá-lo na íntegra.
Uma mãe se dá conta que está esquecendo as lembranças do nascimento do filho e resolve escrever um diário público para eternizar o acontecimento e pincipalmente, para que o filho saiba a forma única como nasceu, conforme a própria mãe relata. É uma bela narrativa que está disponível neste enderenço: http://www.joaoastronauta.com/2007/12/021207.html
Deem uma olhada, vale a pena! Além desse relato, existem tantos outros. Desde 2007,  Flávia mantém este blog e agora, criou um domínio próprio: www.joaoastronauta.com. No blog há tópicos sobre amamentação, primeiros cuidados com Recém-Nascido, tudo isso por meio de um olhar materno. O que deixa a história mais emocionante e divertida. Deixo aqui uma descrição que Flávia faz do nascimento do blog O astronauta:

"O astronauta nasceu da vontade de descrever a experiência mais intensa e gratificante que já vivi: a aventura de aprender a ser mãe.
É uma tentativa de imortalizar alguns momentos da montanha russa de emoções que entramos ao ser pais.
E também, para poder compartilhar com vocês a imensa alegria de vê-lo crescer com saúde e feliz.
Este blog é dedicado ao super papa afinal sem ele não estaríamos aqui contando esta história.
E ao João...
o nosso pequeno astronauta."